segunda-feira, 31 de março de 2008

Pérolas aos porcos

Eu já cansei de falar mal do sistema de TV na forma como ele foi concebido pelo governo Lula. Portanto, vou deixar que os outros falem por mim.

Eis um link com uma crítica bastante interessante, publicada n'O Estadão e no site Digestivo Cultural.
"... parece certo que, ainda neste semestre, será possível apreciar com maior nitidez e melhor sonoridade a brejeirice de Márcia Goldschmidt e Sonia Abraão, a breguice de Hebe, Gugu, Otavio Mesquita e Raul Gil, os ademanes de Gasparetto e os púlpitos e pátios dos milagres de todos os bispos e pastores da Rede TV! e da Record. Pérolas aos porcos".
Nem só de boas imagens se faz um sistema de TV Digital. Conteúdo é o principal diferencial. Tivemos a oportunidade de diversificar. Mas pelo apoio das empresas de TV em época de campanha o Lula preferiu dar alta definição a um povo que mal consegue botar comida na mesa, quanto mais uma TV com tecnologia de HD na sala...

Um comentário:

Anônimo disse...

Senhores.
Se o governo brasileiro tivesse o interesse em uma TV Digital Interativa, para levar informação e interatividade, teria feito a escolha de padrão de outra forma.
Na minha opinião o mais lógico seria a escolha do padrão europeu. Forte base de desenvolvimento de aplicações interativas, transmissão terrestre em larga escala, suporte a mobilidade e middleware estável e funcional.
Não esqueçamos do modelo de negócios que existe na TV aberta brasileira e que determinou a escolha do padrão.
Uma história: Na Espanha e Portugal, a TV Digital foi lançada em alta definição e deixando a interatividade de lado, era mais fácil para as empresas, não mudava o know-how que elas tinham, e não criavam concorrentes, como novos players no mercado. Resultado: falência. O mercado não quiz pagar novamente pelo o que já tinha.
A reformulação veio com transmissão em SDTV, pesada interatividade e liberdade para novos players transmitirem o conteúdo de qualquer forma. Assim a TVD era um novo produto.
Aqui, com o Ginga, corremos o risco de desenvolvermos aplicações que não poderão ser exportadas. Mais investimento em alterações para exportar o conteúdo nacional. Pois em alguns anos, qualquer produto áudio-visual sem interatividade será colocado em segundo plano, pois o mercado internacional estará acostumado em interagir com o conteúdo.
O governo critica os fabricantes de equipamentos, mas o governo tem telhado de vidro, pois não fez o dever de casa, cadê a nova regulamentação? (fusão da lei de radiodifusão e da lei de telecomunicações). Onde está a definição do Ginga-J? (com especificação de custos de licenciamento).
Vamos nos colocar no lugar dos fabricantes, é muita neblina à frente...

Jomar A.A.
andreata@furb.br