quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Hélio Costa bate o pé em favor do Ginga.

Gostei de ler esta notícia no site do jornal Folha de São Paulo. Ela diz que o ministro das Comunicações - a cabeça de chave nas decisões sobre o sistema brasileiro de TV Digital - bateu o pé dizendo que todos os set-top-boxes (conversores) devem vir equipados com o Ginga, o middleware que proporcionará a interatividade na TV.

Bom, todos nós sabemos que é fogo de palha e que ele não vai conseguir dobrar a indústria com suas bravatas por uma simples questão mercadológica. Adicionar o Ginga aumenta consideravelmente o preço do aparelho e sem o Ginga o preço já está excessivamente alto. Mesmo assim, achei bem interessante a atitude do ministro como um meio de impor pressão e provocar movimento por parte dos players, que já estavam se acomodando.

"O conversor tem que ser um só. Existem normas técnicas que têm que ser seguidas. O [fabricante] que não colocou o Ginga não pode ser vendido, não atende às normas técnicas do Fórum da TV digital. A tecnologia está pronta, quem quiser o Ginga baixa da internet sem custo."

Nenhum dos aparelhos à venda tem ou pode ser adaptado com o Ginga, mas as declarações do ministro não têm respaldo na ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que divulgou as especificidades aos conversores no sábado. Segundo o documento, "o porte do Ginga é opcional".

Foi interessante ele citar o fato de o Ginga estar disponível para download. Parte dele está mesmo, aqui neste site. Mas a outra parte, o Ginga-J (baseado em Java), está só no papo. Vou continuar minha campanha pró-liberação do Ginga-J até que todo o código pago pelo dinheiro do povo seja entregue ao povo. O Ginga disponível para download é o NCL... funciona, ainda não pude testar, mas é tecnologia genuinamente brasileira (no Ginga-J tem muito do MHP, o middleware do sistema Europeu). Mas não compreende toda a especificação exigida pelo SBTVD.

Veremos como as coisas vão andar daqui pra frente. Espero que o ministro continue firme nessa sua atitude de exigir interatividade nos aparelhos e incentivar o uso da interatividade na TV, que com certeza vai aquecer uma boa parcela da industria de produção televisiva e desenvolvimento de software.

Um comentário:

Bruno disse...

hehehe
Eu quero saber quando o preço do set top box vai ser acessível a população!