sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Softwares para televisão on-line travam disputa acirrada

Que a TV não se limita à transmissão aberta, todo mundo sabe. Que a internet já está avançando sobre o meio televisivo todo mundo também já percebeu. O próprio YouTube é a prova viva que a produção e distribuição áudiovisual está evoluindo e se democratizando.

Mas além do YouTube e outros portais de vídeos on-line, o conceito de IPTV (TV sobre IP ou TV via Internet) tem evoluído de forma espantosa. Diferente dos portais, a IPTV faz transmissão de programas longos, filmes e seriados e não apenas filmetes.

As vantagens são muitas, como: facilidade a material extremamente diversificado e sob demanda (na hora que você quiser assistir); facilidade de expor a própria produção; maior controle de direitos autorais e de exibição (diferente dos portais, que praticamente tem controle zero); interatividade; etc.

As exigências são apenas conexão banda-larga (na maioria dos casos uma banda bem alta, o que ainda é o principal fator limitante) e um computador com um mínimo de capacidade de processamento de vídeo (a maioria dos PCs de hoje tem poder de processamento o suficiente pra isso) ou um tipo de aparelhos que está sendo criado especialmente para isto (chamados de set-top-box) para assistir na TV e não no computador.

Algumas grandes empressas estão investindo pesado no setor, tais como Microsoft e Apple. A tendência é forte e a evolução é clara. Acho que vale manter-se antenado.

E pra começar a se aventurar no meio, veja aqui uma reportagem da Folha Online que fala sobre algumas opções de softwares de IPTV pra você pode usar aí na sua casa.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Uruguai adota o sistema Europeu de TV digital

Mais uma notícia que me deixa preocupado com os passos escolhidos pelo nosso atrapalhado presidente da república no processo de adoção de um sistema de TV digital: nossos vizinhos uruguaios vão adotar, como outros 57 países no mundo, o sistema europeu de TV digital - conhecido como DVB (veja aqui e aqui).

Não que seja um problema essa adoção por parte do Uruguai, mas o isolamento do Brasil com o Japão na utilização do ISDTV (falsa evolução do ISDB - modelo japonês de TV digital - cuja única diferença é a adoção do Ginga, o middleware desenvolvido aqui no Brasil) é preocupante no nível mercadológico. Quanto menos países adotarem o sistema, menos tecnologia brasileira será adotada mundo afora e maior será o custo para adaptar a produção cultural brasileira a outros sistemas.

Havia uma esperança de nossos "hermanos" latino-americanos irem à sombra do Brasil e adotar o ISDTV porém essa adoção do Uruguai enfraquece os esforços brasileiros e dá mais "gás" ao sistema europeu, que é muito mais estável e confiável. Ao que tudo indica que o ISDTV será o novo PAL-M, que mantará o país mais uma vez isolado no mercado tecnológico televisivo.

As especulações são muitas sobre os motivos da escolha de Lula pelo sistema japonês. O divulgado para a sociedade era que o Japonês era tecnologicamente mais avançado que o europeu e o amaricado (ATSC). Pra mim é pura balela. Havia sim algumas vantagens tecnológicas no ISDB com relação a transmissão. No entanto a parte interativa do sistema - o que realmente agrega valor à TV digital - era totalmente atrasada (tanto que foi necessário refazer o middleware - o Ginga - que é baseado nos padrões de interatividade do modelo europeu), além do fato de o custo do modelo japonês ser maior tanto para as operadoras quanto para os usuários/telespectadores.

Mas podemos considerar que a escolha pelo sistema japonês foi feito em época de campanha eleitoral para reeleição. Além disso, as grandes transmissoras - tais como Rede Globo, SBT, Band, etc - fizeram pressão pelo modelo japonês de alta-definição pois assim dificultaria a criação de novas emissoras, pela simples falta de espaço no espectro de transmissão (com o sistema de TV digital de definição padrão, onde passa 1 canal de tv analógico pode passar 4 canais digitais) e pelo alto custo dos aparelhos de produção em alta definição (câmeras, etc) e multiplexação, garantindo assim o "cartel" atual sobre o sistema.

Juntando a vontade dos maiores meios de comunicação de massa em manter seu poderio sobre o sistema, com a vontade do nosso presidente de se reeleger e necessitando assim do apoio desses veículos, temos um sistema de TV pouco democrático, caro (a mudança do sistema seria cara de qualquer forma, mas opções "menos piores" poderiam ser escolhidas) e que não utiliza todo o seu potencial de inclusão digital (caso sejam reais os rumores que expus aqui no dia 19 de maio).

E assim caminha o pomposo Brasil. Seria interessante saber se o Itamaraty está interessado em incentivar a adoção da tecnologia brasileira em outros países ou se apenas importa aos nossos lenientes políticos e diplomatas a subserviência à tecnologia estrangeira.